quinta-feira, 4 de julho de 2013

Biologia e Filosofia: estreita relação



Os pesquisadores Humberto Maturana e Ximena Dávila trazem para São Paulo (SP), em associação com a Caravanserai Brasil, evento que promove os fundamentos da chamada Biologia-Cultural. A corrente estuda o cotidiano e as interações sociais a partir de uma perspectiva biológico-cultural (ver detalhes sobre workshop abaixo).

Trecho da entrevista

Em sua opinião, em que ponto a Filosofia e a Biologia caminham juntas? 
Filosofia e Biologia caminham juntas conquanto entendermos a filosofia como uma filosofia fundamental e crítica; como a arte de pensar o que pensamos e refletir sobre o que fazemos na vida cotidiana. Ela é fundamental porque quem a experiência é um ser vivo; ou seja, um ente biológico. Não se trata de reflexões vagas, mas de considerações que se manifestam no modo como um ser vivo vive a linguagem e o diálogo. Pode-se dizer que é importante vê-las juntas, porque quando estão interligadas elas constituem o substrato, o âmago de onde pensamos, sentimos, decidimos, conhecemos e compreendemos o mundo, e que nós, da Escola Matríztica, chamamos de "epistemologia unitária". (Epistemologia é a teoria do conhecimento humano; a reflexão geral em torno de sua natureza, etapas e limites, especialmente nas relações que se estabelecem entre o sujeito que indaga e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo). Essa epistemologia não é a tradicional, porque ela resulta de uma transformação do questionamento, que substitui a pergunta pelo ser, pelo fazer. Toda filosofia tem um sedimento epistemológico. O sedimento tradicional tem sido a pergunta pelo ser desde os seus primórdios no contexto de uma cultura patriarcal/matriarcal que a teve como berço. Somente através do fazer da biologia é que, em meados do século 20, foi possível perguntar como nos demos conta, pela primeira vez em nossa história humana, de que não temos experiência para explicar objetivamente o mundo no qual vivemos e que conhecemos; e que, inversamente, ele resulta do nosso modo de viver e conviver. Portanto, o caminhar conjunto da filosofia e da biologia nada mais é do que uma conseqüência coerente de se dar conta dessa mudança fundamental de perguntar. Desse ponto de vista, e buscando as implicações associadas a essa caminhada conjunta, podemos ver que, enquanto cada pessoa reflete sobre a vida ou o viver, a morte ou o morrer, ela está praticando a filosofia. Uma filosofia fundamental que terá conseqüências éticas para ela mesma, para aqueles que a rodeiam, e para o mundo natural que ela habita. Nesse sentido, a filosofia, por seu caráter "entrelaçado" com o viver de quem pergunta, constitui um espaço para fazer perguntas, não sendo necessariamente um espaço para esperar respostas. Trata-se mais de um influir na experiência de perguntar-se e dar-se conta do mundo que surgirá como resultado da pergunta em nossa própria vida e convivência. Quando uma pessoa se faz essas perguntas, quando questiona o próprio viver a partir de um determinado sentido, ela se torna uma pessoa observadora senciente (que percebe pelos sentidos). Uma coisa é o mundo acadêmico; outra é a questão da pergunta aberta, na qual se conta a experiência e não se espera nenhuma resposta, senão descobrir um mundo de existência no qual me dou conta do que faço nesse mundo. Um mundo que tem a ver conosco e no qual as perguntas que nos fazemos só podem ser feitas quando estamos centrados em nós mesmos. De estarmos no presente, na inocência de viver o que vivemos e de onde o perguntar surge espontaneamente. Um perguntar que pode nos acompanhar sempre, porque ele é, em si mesmo, a experiência de viver e compartilhar a reflexão em qualquer conversa que experimentemos (vivamos).


Que vertentes filosóficas mais influenciaram a construção da chamada Biologia-Cultural?

Falar de influências sempre parece negar a autonomia reflexiva e ativa de cada pessoa, assim como a responsabilidade que vivemos nos mundos que nascem do nosso questionamento. No entanto, como somos humanos e pertencemos a uma só família muito grande e antiga, podemos sentir ressonâncias de origem consciente ou inconsciente em nosso questionamento; nos modos de pensar, sentir, ver e entender outras culturas diferentes. No nosso caso, sentimos isso no caminho do Tao. A chamada Filosofia do Tao, em que o Tao que pode ser nomeado não é o Tao que ressoa com o nosso próprio sentir, pensar, ver e entender, no qual a explicação da experiência não pode substituir a experiência em si. Essa filosofia, que questiona o suceder, vem do Oriente, onde o sedimento epistemológico afirma que tudo é ilusório. No nosso caso, ela evoca a biologia, com a qual podemos ver que na experiência não conseguimos distinguir entre ilusão e percepção, convidando as duas formas de pensamento a libertar a realidade, para lhe perguntarmos sobre a experiência em si, a partir de nossa própria experiência. Tanto num como noutro caminho, o encontro com o mundo natural é uma forma séria de se filosofar, porque nesse encontro vive-se uma unidade que não pode ser nomeada - entre o tudo e o nada, entre o ordinário e o extraordinário. E se soubermos entendê-la, veremos que ambas convidam constantemente a uma reflexão que provém da unidade sistêmica da própria experiência de viver e morrer. 

Que novo modelo de homem esses dois conhecimentos juntos podem propor? A biologia cultural contempla elementos capazes de ajudar em sua construção?

A biologia cultural não contribui para um novo modelo de homem. A biologia cultural, ou seja, a reflexão sobre os fundamentos biológico-culturais do viver e conviver humano, nos fornece uma nova perspectiva da forma como vivemos o que vivemos. De como nos relacionamos com as pessoas, com os seres vivos, e de como fazemos o que fazemos na vida cotidiana. Não para modelar um novo homem, embora possa surgir um modo de vida diferente para a nossa humanidade. Uma humanidade que é a mesma desde as suas origens na biologia do amor, e que, em suas diversas ramificações culturais, semeou as possibilidades para diferentes linhagens. Entre elas, e somente se nos dermos conta de nossa origem na biologia do amor, podemos, se assim o desejarmos, colaborar para que nossos filhos e filhas, assim como seus próprios filhos e filhas possam viver na linhagem do que podemos chamar de um Homo sapiens-amans ethicus (um homo sapiens amante da ética). Uma linhagem que só resulta, e que, como no Tão, não pode ser intencional e, que, portanto, é um resultado e não um modelo. Não é um novo modelo de ser humano; é o ser humano em sua origem amorosa. É o ser humano que vive as conseqüência éticas de entender essa origem amorosa. Um ser humano, uma pessoa que, mergulhada em suas perguntas e reflexões, percebe que essa origem amorosa está presente nela e em todo ser humano vivo no planeta e que só é preciso deixá-la sair se assim o desejar. E, claro, ao fazê-lo, seremos responsáveis pelo mundo em que vivemos. Não parcialmente responsáveis, mas totalmente responsáveis, porque o mundo em que vivemos resulta do nosso próprio modo de viver - e se esse viver tem a ética como centro, então o mundo em que vivemos é um mundo no qual cabem a diversidade de pontos de vista, de pensamentos e de entendimentos. É um mundo de colaboração que expande naturalmente as nossas habilidades sociais humanas, como a inteligência, a criatividade e a sabedoria.


Que problemática é fundamental hoje na discussão do [ser] humano? O trabalho e as organizações ocupam destaque na pauta desse debate? Por quê? 
Para quem olhar para a nossa atual cultura, o medo, a desconfiança e o poder são problemas óbvios. Ao refletirmos sobre como fazemos o que fazemos, de que modo vivemos nos damos conta de que existe um fenômeno mais fundamental que resulta da análise cotidiana do nosso modo de vida em diferentes culturas: a fragmentação do nosso modo de viver. Não vivemos de uma forma unificada. Vivemos divididos, fragmentados nos diferentes mundos que criamos com nossos modos de vida, muitos deles contraditórios e que podem, inclusive, anular-se mutuamente. Nas organizações, por exemplo, encontramos pessoas que, como seres multidimensionais, estão vivendo suas vidas cotidianas experimentando sensações de medo e desconfiança, e que não estão centradas em si mesmas. Elas vivem uma responsabilidade parcial do mundo em que vivem, e tocam de formas diferentes os outros mundos, ou as áreas em que as pessoas realizam seu viver e conviver. Se olharmos de maneira sistêmica-sistêmica, podemos dizer que as diferentes comunidades humanas ou organizações em que vivemos, como a família, a escola, a universidade, a empresa, as organizações sociais ou políticas, a sociedade, são, na atualidade cultural dos seres humanos, parte do mundo natural em vivemos. Na realidade, uma parte central do mundo natural em que vivemos. A forma como vivemos a nossa existência nele não é algo banal. Tudo se concentra em nossa corporalidade e em nossa dinâmica psíquica. O que fizermos em uma delas trará conseqüências conscientes ou inconscientes para o resto - isso porque somos seres unitários, apesar de vivermos fragmentados. Os seres humanos estão se dando conta dessa fragmentação cultural presente em suas vidas; de suas conseqüências de "cegueira", que resultam da especialização, da profissionalização ou da segmentação econômica, social ou política. Por um lado, nossas áreas de eficiência e eficácia parecem estar encolhendo; por outro, vivemos em um mundo cada vez mais globalizado e interligado; e cada vez mais afetado pelo nosso modo de vida. É por isso que nos ocupamos com o que entendemos como sustentabilidade; pois ela nada mais é do que o resultado natural de como ocorre a harmonia entre o que nós, seres humanos, fazemos (executamos) em nossa forma de viver (antroposfera), com o que o conjunto de todos os seres vivos gera através de sua vida no mundo que habitamos (biosfera). Essa harmonia ou desarmonia não é banal no que diz respeito ao bem-estar ou mal-estar que orienta o nosso modo de vida. Por exemplo, se vivermos com confiança, respeito e colaboração, viveremos em um mundo bem diferente de um outro dominado por desconfiança, controle, manipulação e obediência. Em última análise, a harmonia fundamental entre a antroposfera e a biosfera é nossa responsabilidade como indivíduos. É a nós, pessoas, seres humanos, que interessa a sustentabilidade ou a responsabilidade social. Somos nós que queremos tomar conta do mundo que estamos criando com o nosso modo de viver e conviver. O primeiro passo é reconhecer isso - e reconhecê-lo no principal setor em que estamos vivendo a mudança cultural que enfrentamos: nas organizações. As organizações são criadas por pessoas. Uma organização, um grupo de pessoas que se unem para fazer algo que queiram fazer juntas, é um modo de se organizar. Os limites operacionais dessa organização serão o conjunto de ações com que as pessoas realizam seu propósito, ou projeto comum, que constitui a essência da organização nesse sentido. Quando pertencem a qualquer organização, as pessoas em geral sempre ficam entre si (mesmo que vivam fragmentadamente). Mas se elas se encontrarem em um ambiente de medo, desconfiança, controle, arrogância e agressividade, elas não poderão viver naturalmente a responsabilidade que resulta do fato de assumirem as conseqüências que seus atos têm para elas mesmas, para os outros, ou para o que as rodeia. Em contrapartida, quanto maior o clima de transparência dos desejos que constituem os diferentes processos que moldam qualquer organização, as chances de aceitar pontos de vista diferentes, respeitar e colaborar a partir da própria autonomia se tornam possíveis operacionalmente, criando uma dinâmica sistêmica que não só tem conseqüências sobre o trabalho em si das pessoas na organização; mas também sobre sua vida familiar, a sociedade, ou o mundo em que vivemos. Portanto, nosso propósito fundamental é querer acabar com nossa fragmentação. Essa é uma tarefa que convida e envolve a todos: todas as pessoas e seres vivos. Trata-se de um esforço de colaboração entre os diferentes pontos de vista e entendimentos que as pessoas de diferentes culturas nos proporcionam todos os dias à medida que vemos meninos e meninas, jovens e adultos que querem assumir para si mesmas, para os outros e para o que os rodeia, a responsabilidade pelas conseqüências de seus atos e ações. Como Matrízticos, gostaríamos de convidar a todas as pessoas que dirigem e operam as mais diversas organizações para esse encontro de colaboração, se elas o desejarem. Nós as convidamos a viver a experiência de que é possível gerar processos sustentáveis de serviços produtivos que trazem consigo simultaneamente confiança, respeito, inteligência, criatividade, alegria e responsabilidade. Isso é possível se nos conscientizarmos do que a nossa própria origem como seres humanos nos revela: nosso bem-estar como pessoas aumenta com a autonomia reflexiva e de ação que torna possível a inspiração mútua e a colaboração

sábado, 29 de junho de 2013

ESCLARECENDO ALGUNS CONCEITOS SOBRE EVOLUÇÃO E CRIACIONISMO


O que é evolução teísta?"

Resposta: Evolucionismo teísta, ou evolução teísta, é um dos três grandes pontos de vista sobre a origem da vida, os outros dois sendo a Evolução Ateísta (também conhecida como Darwinismo) e Criação Especial.

Evolução Ateísta diz que Deus não existe e que a vida pode emergir, e assim o fez, naturalmente de blocos de construção preexistentes e sem vida sob a influência de leis naturais (como a gravidade, etc.), apesar de que a origem dessas leis naturais ainda não pôde ser explicada. Criação Especial diz que Deus criou a vida de forma direta, do nada ou de matéria preexistente. Há uma grande variedade de hipóteses sobre a Criação Especial que refletem uma variedade de tradições teístas. Para o propósito deste artigo, vamos nos focalizar na perspectiva bíblica e Cristã.

Evolução Teísta diz uma de duas coisas. Primeiro, se existe um Deus, Ele não estava diretamente envolvido no processo de origem da vida. Talvez ele tenha criado os blocos de construção, talvez Ele criou as leis naturais, talvez Ele tenha criado essas coisas com a emergência natural da vida em mente, mas em algum ponto no início, Ele se afastou e deixou sua Criação assumir a direção. Ele a deixou fazer o que faz, seja isso o que for, e a vida eventualmente surgiu de matéria morta. Essa opinião é semelhante à Evolução Ateísta, pois as duas presumem um origem da vida naturalística.

A segunda alternativa da evolução teísta é que Deus não executou apenas um ou dois milagres para dar origem à vida como a conhecemos. Seus milagres foram numerosos. Ele guiou a vida passo a passo em um percurso que a transformou de uma simplicidade primitiva a uma complexidade contemporária, semelhante à Árvore da Vida Evolucionária de Darwin (peixes deram origem aos anfíbios que deram origem aos répteis que deram origem aos pássaros e mamíferos, etc). Onde a vida não pôde evoluir naturalmente (como pode um membro de um réptil dar origem a uma asa de pássaro naturalmente?), nesse momento Deus teve que intervir. Essa opinião é semelhante à Criação Especial, pois presume que Deus agiu de forma supernatural de alguma forma para dar origem à vida como a conhecemos.

Há várias diferenças entre a perspectiva da Criação Especial bíblica e a da Evolução Teísta. Uma diferença significante diz respeito às suas opiniões sobre a morte. Evolucionistas teístas tendem a acreditar que a terra existe há bilhões de anos e que a coluna geológica que contém fósseis representa longos períodos de tempo. Já que o homem não surgiu até bem tarde nos registros de fósseis, evolucionistas teístas acreditam que muitas criaturas viveram, morreram e se tornaram extintas muito antes do homem surgir. Isso significa que a morte existia antes de Adão e de seu pecado.

Criacionistas Bíblicos (como os Criacionistas que defendem a Criação Especial bíblica são chamados) acreditam que a terra é relativamente jovem e que o registro de fósseis surgiu durante o Dilúvio de Noé. Acredita-se que a estratificação de camadas ocorreu devido à liquefação e classificação hidrológica, ambas as quais podem ser observadas. Isso coloca o registro de fósseis, morte e o massacre que esse registro descreve como acontecendo centenas de anos depois do pecado de Adão.

Uma outra diferença significante entre as duas posições é como elas interpretam Gênesis. Evolucionistas teístas tendem a defender interpretações alegóricas da semana de criação de Gênesis 1. Criacionistas Bíblicos defendem uma interpretação literal das 24 horas de Gênesis 1.


Como podemos ver existem algumas diferenças entre os conceitos acima apresentados e necessário conhece-los antes de tomarmos uma posição em defesa de uma ou outra teoria. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

5 Distorções Atuais do Evangelho

por James MacDonald


Nosso filho mais velho, Luke, me mandou um link, tempos atrás, que citava A.W. Tozer e James Kennedy (ambos líderes cristãos maravilhosos em seu tempo). Os dois acreditavam que muitos, se não a maioria, dos crentes professos que encontravam pelo país não eram verdadeiramente salvos. Eles estavam profundamente perturbados pelas distorções do Evangelho que eram resultado de tentar levar o Evangelho para mais pessoas – bem-intencionado, claro, mas eternamente perigoso para as almas de homens e mulheres que não ouviram a mensagem completa.

O artigo me levou a procurar nos meus arquivos algo que lembrei-me ter escrito um tempo atrás. Aqui está… Qual Evangelho você ouviu e creu?

5 Distorções Atuais do Evangelho
1) O Evangelho Bolo de Caixinha: Se você deixa de fora os ingredientes principais, nossas almas nunca se “elevarão” a Deus. Não precisamos da mensagem reduzida a alguns elementos irreduzíveis, precisamos do Evangelho completo. Você não espera que seu carro ande sem todas as peças. Você não espera que seu corpo funcione sem todos os órgãos funcionando adequadamente. Você não espera que um bolo fique gostoso se ele é feito e misturado sem os ingredientes certos. O evangelho sem arrependimento não é o Evangelho. Atos 18.26: Logo [Apolo] começou a falar corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Áqüila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus.

2) O Evangelho Cultural: Esqueça o vendedor pós-moderno e vá ao coração da necessidade humana que nunca muda. Entender a “cultura” é muito menos importante que saber o que a Bíblia diz sobre todo coração humano separado de Deus. Nós não precisamos do habilidoso pessoal de vendas distribuindo o Evangelho. Precisamos de mensageiros corajosos, cheios do Espírito, com um coração repleto de compaixão pelos perdidos. O evangelho sem a verdade autoritativa/obrigatória não é o Evangelho. Atos 17.30: No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam.
3) O Evangelho Legal: Jesus transcende as tendências da moda. O Jesus do marketing é ineficaz e medíocre. Não precisamos “embelezar” a mensagem, precisamos anunciá-la. Precisamos parar de redesenhar Jesus em algum esforço equivocado de fazê-lo mais atraente. Jesus não precisa ser mais parecido conosco; nós precisamos ser mais parecidos com Ele. O evangelho enrolado num pacote estiloso não é o Evangelho. Apocalipse 3.17: “Você diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada’. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu”.

4) O Evangelho Carnal: O que Jesus pode fazer por mim: saúde, prosperidade, alegria sempre, dor nunca? Jesus resolve essas questões, mas não da maneira que poderíamos pensar. Ele mudará o que você quer muito mais do que o que você tem. O evangelho egoísta que promete coisas que Jesus não promete é uma mentira e está sentenciando os perdidos que o ouvem a uma surpresa chocante na eternidade. O evangelho do “primeiro eu, depois Jesus” não é o Evangelho. Marcos 8.35:“Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará.”

5) O Evangelho Cuidadoso: Não vamos irritar ninguém, apenas deixe-os confortáveis e retornando; haverá muito tempo para as pessoas perceberem. O evangelho do “traga-os à igreja, e na hora tudo virá junto enquanto não os ofendermos” é um evangelho perigoso. Boas intenções não são bastante. O evangelho sem urgência não é o Evangelho. 2 Coríntios 6.2: Digo-lhes que agora é “O TEMPO FAVORÁVEL”, agora é “O DIA DA SALVAÇÃO”!
Você entende as implicações de um evangelho distorcido? Que horror imaginar que muitas pessoas pensam que estão prontas para encontrar-se com Deus, apenas para descobrir que nunca estiveram porque criam em um evangelho distorcido. Mateus 7 prediz uma cena assim de surpresa chocante. Mateus 7.22-23: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. AFASTEM-SE DE MIM VOCÊS, QUE PRATICAM O MAL!”.

Traduzido por Josaías Jr 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

http://palavradegraca.wordpress.com

Acessem o site palavradegraca.wordpress.com e ousa mensagens abençoadas de homens de Deus tais como a do pastor Franklin Ferreira autor do livro Teologia Sistemática publicado pelas edições Vida Nova

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domingo, 27 de novembro de 2011

Augustus Nicodemus. A igreja diante do mundo que a observa.

Neste livro o reverendo Augustus Nicodemus faz uma critica aos problemas enfrentados pela igreja em nossos dias. Ele focaliza principalmente o princípio da prática da pureza da igreja visível. Segundo ele estas questões podem ser reduzidas, de maneira lógica, a uma série de questões. A primeira delas é de que modo a impureza se infiltrou nas igrejas até chegar ao ponto em que se encontra? Segundo, por que os cristãos e as igrejas devem se preocupar com a pureza doutrinária? E terceiro como preservar a pureza doutrinária na prática?
No capitulo I, o autor traz até nós uma crítica histórica do liberalismo teológico. Ele descreve o surgimento do liberalismo e seus defensores. Em termos históricos, a transição da ortodoxia teológica para a atual teologia existencial se deu em três passos principais: o naturalismo moderno, o passo para o desespero e o passo para o misticismo moderno.
No período entre o Renascimento e a Reforma, a era Rousseau, Kant e Hegel, o tom dos pensadores seculares era otimista. Acreditavam que, com base no racionalismo, o ser humano poderia encontrar racionalmente uma resposta unificada para a vida e para o conhecimento como um todo. Augustus Nicodemos então afirma: “De acordo com racionalismo, conforme emprego o termo aqui, o ser humano pode compreender o universo começando por si mesmo, sem recorrer a nenhum conhecimento externo, mas especificamente, à revelação de Deus”. Ainda segundo Nicodemus, não devemos confundir nem permitir que sejamos confundidos com relação ao termo racionalismo e racionalidade. Apesar de parecer igual existe uma profunda diferença. Racionalidade significa que a razão é válida. Ou seja, se uma proposição é verdadeira, o oposto não é verdadeiro. Ou, no âmbito da moralidade, se determinada coisa é correta, seu oposto é errado. O liberalismo teológico estava impregnado do naturalismo moderno, conseqüentemente do racionalismo que tomou conta durante este período. No entanto os filósofos racionalistas seculares concluíram que, com base na razão não tinham como encontrar uma resposta unificada para a vida e para o conhecimento como um todo. Ou seja, a busca deles não deu em nada. O liberalismo teológico acabou seguindo os mesmo passos, ou seja, o desespero por ver sua busca não dar em nada. Após o fracasso do racionalismo os filósofos não cristão começaram então a admitir que era impossível explicar o homem olhando apenas para o homem, tendo em vista ser o homem um ser finito. Desenvolve-se portanto o conceito de “não razão” , uma tentativa do ser humano de encontrar significado e relevância fora da estrutura da racionalidade.
A teologia liberal surge, portanto dentro desse contexto. Um dos maiores defensores de tal teologia foi o teólogo  alemão Karl Barth que durante toda a sua vida sempre aceitou as teorias do criticismo histórico. Para ele, portanto, a Bíblia era repleta de erros.
Uma das características da teologia liberal é não deixar claro sua posição em relação a um determinado ponto. É totalmente possível e aceitável para um teólogo liberal achar verdade em fatos totalmente contraditórios. Em outras palavrars, para eles, em se tratando de “verdades religiosas” é possível uma pessoa dizer que Cristo é o único mediador entre Deus e o homem, e a outra pessoa dizer que Maria e os santos intercedem por nós – e ambas estarem certas.
No capitulo dois do livro o reverendo Augustus Nicodemus usa as diversas passagens bíblicas onde a igreja é colocada como a noiva de Cristo para enfatizar a questão do adultério espiritual, ou seja, a igreja deve-se manter pura como uma virgem que espera pelo esposo que neste caso é o próprio Cristo. Doutrinas que negam a existência de um Deus pessoal que intervém na historia da humanidade que não é simplesmente um Deus transcendente mas é também um Deus imanente, desvirtuam  da pura essência doutrinaria do cristianismo. É uma traição aos princípios básicos do cristianismo e portanto um adultério espiritual.
O capítulo três trata da prática da pureza na igreja visível. O autor começa afirmando que cristãos nascidos de novo, sejam eles reformados, luteranos, batistas, pentecostais, congregacionais, anglicanos ou qualquer outro apresentam certas características em comum. Uma delas é a incumbência de demonstrar, simultaneamente, a santidade e o amor de Deus. Ele diz: “na carne podemos enfatizar pureza sem amor ou amor de Deus sem pureza. Na carne, porém, é impossível enfatizar os dois simultaneamente. A fim de demonstrar ambos ao mesmo tempo, precisamos, a cada momento, da obra de Cristo, da obra do Espírito Santo.” A espiritualidade começa a adquirir sentido quando buscamos simultaneamente a santidade e o amor de Deus.
Por fim devemos ter consciência como disse o reverendo Augustus Nicodemus já Apêndice de que apesar de ser possível que cristãos genuínos discordem em certos pontos do pensamento cristão, existem limites absolutos que não podermos ultrapassar e, ainda assim, permanecer dentro da linha histórica do cristianismo. Quem ultrapassa esses limites “cai da beira do precipício” e não é mais cristão em determinado ponto. Por isso é necessário reconhecer alguns limites absolutos, ou seja, algumas verdades que não podem ser discutidas tais como a doutrina da trindade, das duas naturezas de cristo (divina e humana) da soberania de Deus, reconhecer Deus como o verdadeiro criador de todas as coisas, ou seja, Aquele que a partir do nada criou todas as coisas, em fim, doutrinas básicas das quais sem elas não existe cristianismo e o individuo que as nega não pode ser considerado cristão.

A Crise na Religião

Em sua carta aos Romanos Paulo escreve no capitulo 7 versos do 15 ao 19:  Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Vemos aqui neste trecho da carta do apóstolo Paulo aos Romanos que lei produziu convicção de pecado no homem e isso causou um efeito na mente do homem, do crente, do regenerado. No entanto, saber que é um pecador não assegura ao homem a santificação. Esse talvez seja um dos principais problemas por que passa o novo crente. Ter a consciência de que seus atos, antes feitos e vistos como sem maldade alguma, agora são vistos como atos pecaminosos e abomináveis para Deus.  Isso gera na mente do homem um sentimento de frustração muitas vezes por que ele sabe que por mais que tenta evitar o pecado ele sempre será um pecador. Nosso corpo, nossa natureza tem uma inclinação para o pecado e agora sei que devo lutar contra isso. E é por isso que Paulo vai de ser que faz o que odeia e omite fazer o que aprova, ou seja, o homem é um escravo do pecado. De modo que Paulo vai dizer:  “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim”, v. 17. Os atos de um escravo são de fato seus próprios atos; mas não sendo realizados com o pleno assentimento e ou consentimento de sua alma, eles não são testes justos do real estado de seus sentimentos.  
Paulo não é o único a desenvolver uma crise em sua vida cristã. Outros muitos personagens bíblicos revelam que em algum momento de sua vida sofreram uma forte crise, passaram por problemas onde chegaram a questionar sua fé e sua relação com Deus. Um desses personagens foi Jó. “Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? Jó 7:20” Por vários momentos Jó demonstra sua angústia diante da situação que esta passando. Ele questiona a Deus varias vezes.
Mas sem duvida alguma nenhum outro livro da bíblia expressa tão forte sentimento de crise quanto o livro de Salmos. Por vezes o salmista (em alguns casos o Rei Davi, visto que nem todos os salmos são de Davi) vai se lamentar por ser tão grande pecador. E ai mais uma vez entrar no dilema que Paulo passou de fazer aquele que não quer de omitir fazer aquilo que aprova. Alguns desse salmos que expressão bem o que aqui dizemos são:
                Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.   Salmos 51:2
                Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.  Salmos 51:3
Como vemos se no passado grandes homens de Deus tiveram momentos de profunda crise, sem duvida nós também passaremos pois todo homem que é regenerado pelo Espírito Santo de Deus e passa ter consciência do pecado não pode deixar de viver esta luta contra o pecado que em seu corpo e sufoca a sua alma.