segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

5 Distorções Atuais do Evangelho

por James MacDonald


Nosso filho mais velho, Luke, me mandou um link, tempos atrás, que citava A.W. Tozer e James Kennedy (ambos líderes cristãos maravilhosos em seu tempo). Os dois acreditavam que muitos, se não a maioria, dos crentes professos que encontravam pelo país não eram verdadeiramente salvos. Eles estavam profundamente perturbados pelas distorções do Evangelho que eram resultado de tentar levar o Evangelho para mais pessoas – bem-intencionado, claro, mas eternamente perigoso para as almas de homens e mulheres que não ouviram a mensagem completa.

O artigo me levou a procurar nos meus arquivos algo que lembrei-me ter escrito um tempo atrás. Aqui está… Qual Evangelho você ouviu e creu?

5 Distorções Atuais do Evangelho
1) O Evangelho Bolo de Caixinha: Se você deixa de fora os ingredientes principais, nossas almas nunca se “elevarão” a Deus. Não precisamos da mensagem reduzida a alguns elementos irreduzíveis, precisamos do Evangelho completo. Você não espera que seu carro ande sem todas as peças. Você não espera que seu corpo funcione sem todos os órgãos funcionando adequadamente. Você não espera que um bolo fique gostoso se ele é feito e misturado sem os ingredientes certos. O evangelho sem arrependimento não é o Evangelho. Atos 18.26: Logo [Apolo] começou a falar corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Áqüila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus.

2) O Evangelho Cultural: Esqueça o vendedor pós-moderno e vá ao coração da necessidade humana que nunca muda. Entender a “cultura” é muito menos importante que saber o que a Bíblia diz sobre todo coração humano separado de Deus. Nós não precisamos do habilidoso pessoal de vendas distribuindo o Evangelho. Precisamos de mensageiros corajosos, cheios do Espírito, com um coração repleto de compaixão pelos perdidos. O evangelho sem a verdade autoritativa/obrigatória não é o Evangelho. Atos 17.30: No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam.
3) O Evangelho Legal: Jesus transcende as tendências da moda. O Jesus do marketing é ineficaz e medíocre. Não precisamos “embelezar” a mensagem, precisamos anunciá-la. Precisamos parar de redesenhar Jesus em algum esforço equivocado de fazê-lo mais atraente. Jesus não precisa ser mais parecido conosco; nós precisamos ser mais parecidos com Ele. O evangelho enrolado num pacote estiloso não é o Evangelho. Apocalipse 3.17: “Você diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada’. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu”.

4) O Evangelho Carnal: O que Jesus pode fazer por mim: saúde, prosperidade, alegria sempre, dor nunca? Jesus resolve essas questões, mas não da maneira que poderíamos pensar. Ele mudará o que você quer muito mais do que o que você tem. O evangelho egoísta que promete coisas que Jesus não promete é uma mentira e está sentenciando os perdidos que o ouvem a uma surpresa chocante na eternidade. O evangelho do “primeiro eu, depois Jesus” não é o Evangelho. Marcos 8.35:“Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará.”

5) O Evangelho Cuidadoso: Não vamos irritar ninguém, apenas deixe-os confortáveis e retornando; haverá muito tempo para as pessoas perceberem. O evangelho do “traga-os à igreja, e na hora tudo virá junto enquanto não os ofendermos” é um evangelho perigoso. Boas intenções não são bastante. O evangelho sem urgência não é o Evangelho. 2 Coríntios 6.2: Digo-lhes que agora é “O TEMPO FAVORÁVEL”, agora é “O DIA DA SALVAÇÃO”!
Você entende as implicações de um evangelho distorcido? Que horror imaginar que muitas pessoas pensam que estão prontas para encontrar-se com Deus, apenas para descobrir que nunca estiveram porque criam em um evangelho distorcido. Mateus 7 prediz uma cena assim de surpresa chocante. Mateus 7.22-23: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. AFASTEM-SE DE MIM VOCÊS, QUE PRATICAM O MAL!”.

Traduzido por Josaías Jr 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

http://palavradegraca.wordpress.com

Acessem o site palavradegraca.wordpress.com e ousa mensagens abençoadas de homens de Deus tais como a do pastor Franklin Ferreira autor do livro Teologia Sistemática publicado pelas edições Vida Nova

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domingo, 27 de novembro de 2011

Augustus Nicodemus. A igreja diante do mundo que a observa.

Neste livro o reverendo Augustus Nicodemus faz uma critica aos problemas enfrentados pela igreja em nossos dias. Ele focaliza principalmente o princípio da prática da pureza da igreja visível. Segundo ele estas questões podem ser reduzidas, de maneira lógica, a uma série de questões. A primeira delas é de que modo a impureza se infiltrou nas igrejas até chegar ao ponto em que se encontra? Segundo, por que os cristãos e as igrejas devem se preocupar com a pureza doutrinária? E terceiro como preservar a pureza doutrinária na prática?
No capitulo I, o autor traz até nós uma crítica histórica do liberalismo teológico. Ele descreve o surgimento do liberalismo e seus defensores. Em termos históricos, a transição da ortodoxia teológica para a atual teologia existencial se deu em três passos principais: o naturalismo moderno, o passo para o desespero e o passo para o misticismo moderno.
No período entre o Renascimento e a Reforma, a era Rousseau, Kant e Hegel, o tom dos pensadores seculares era otimista. Acreditavam que, com base no racionalismo, o ser humano poderia encontrar racionalmente uma resposta unificada para a vida e para o conhecimento como um todo. Augustus Nicodemos então afirma: “De acordo com racionalismo, conforme emprego o termo aqui, o ser humano pode compreender o universo começando por si mesmo, sem recorrer a nenhum conhecimento externo, mas especificamente, à revelação de Deus”. Ainda segundo Nicodemus, não devemos confundir nem permitir que sejamos confundidos com relação ao termo racionalismo e racionalidade. Apesar de parecer igual existe uma profunda diferença. Racionalidade significa que a razão é válida. Ou seja, se uma proposição é verdadeira, o oposto não é verdadeiro. Ou, no âmbito da moralidade, se determinada coisa é correta, seu oposto é errado. O liberalismo teológico estava impregnado do naturalismo moderno, conseqüentemente do racionalismo que tomou conta durante este período. No entanto os filósofos racionalistas seculares concluíram que, com base na razão não tinham como encontrar uma resposta unificada para a vida e para o conhecimento como um todo. Ou seja, a busca deles não deu em nada. O liberalismo teológico acabou seguindo os mesmo passos, ou seja, o desespero por ver sua busca não dar em nada. Após o fracasso do racionalismo os filósofos não cristão começaram então a admitir que era impossível explicar o homem olhando apenas para o homem, tendo em vista ser o homem um ser finito. Desenvolve-se portanto o conceito de “não razão” , uma tentativa do ser humano de encontrar significado e relevância fora da estrutura da racionalidade.
A teologia liberal surge, portanto dentro desse contexto. Um dos maiores defensores de tal teologia foi o teólogo  alemão Karl Barth que durante toda a sua vida sempre aceitou as teorias do criticismo histórico. Para ele, portanto, a Bíblia era repleta de erros.
Uma das características da teologia liberal é não deixar claro sua posição em relação a um determinado ponto. É totalmente possível e aceitável para um teólogo liberal achar verdade em fatos totalmente contraditórios. Em outras palavrars, para eles, em se tratando de “verdades religiosas” é possível uma pessoa dizer que Cristo é o único mediador entre Deus e o homem, e a outra pessoa dizer que Maria e os santos intercedem por nós – e ambas estarem certas.
No capitulo dois do livro o reverendo Augustus Nicodemus usa as diversas passagens bíblicas onde a igreja é colocada como a noiva de Cristo para enfatizar a questão do adultério espiritual, ou seja, a igreja deve-se manter pura como uma virgem que espera pelo esposo que neste caso é o próprio Cristo. Doutrinas que negam a existência de um Deus pessoal que intervém na historia da humanidade que não é simplesmente um Deus transcendente mas é também um Deus imanente, desvirtuam  da pura essência doutrinaria do cristianismo. É uma traição aos princípios básicos do cristianismo e portanto um adultério espiritual.
O capítulo três trata da prática da pureza na igreja visível. O autor começa afirmando que cristãos nascidos de novo, sejam eles reformados, luteranos, batistas, pentecostais, congregacionais, anglicanos ou qualquer outro apresentam certas características em comum. Uma delas é a incumbência de demonstrar, simultaneamente, a santidade e o amor de Deus. Ele diz: “na carne podemos enfatizar pureza sem amor ou amor de Deus sem pureza. Na carne, porém, é impossível enfatizar os dois simultaneamente. A fim de demonstrar ambos ao mesmo tempo, precisamos, a cada momento, da obra de Cristo, da obra do Espírito Santo.” A espiritualidade começa a adquirir sentido quando buscamos simultaneamente a santidade e o amor de Deus.
Por fim devemos ter consciência como disse o reverendo Augustus Nicodemus já Apêndice de que apesar de ser possível que cristãos genuínos discordem em certos pontos do pensamento cristão, existem limites absolutos que não podermos ultrapassar e, ainda assim, permanecer dentro da linha histórica do cristianismo. Quem ultrapassa esses limites “cai da beira do precipício” e não é mais cristão em determinado ponto. Por isso é necessário reconhecer alguns limites absolutos, ou seja, algumas verdades que não podem ser discutidas tais como a doutrina da trindade, das duas naturezas de cristo (divina e humana) da soberania de Deus, reconhecer Deus como o verdadeiro criador de todas as coisas, ou seja, Aquele que a partir do nada criou todas as coisas, em fim, doutrinas básicas das quais sem elas não existe cristianismo e o individuo que as nega não pode ser considerado cristão.

A Crise na Religião

Em sua carta aos Romanos Paulo escreve no capitulo 7 versos do 15 ao 19:  Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Vemos aqui neste trecho da carta do apóstolo Paulo aos Romanos que lei produziu convicção de pecado no homem e isso causou um efeito na mente do homem, do crente, do regenerado. No entanto, saber que é um pecador não assegura ao homem a santificação. Esse talvez seja um dos principais problemas por que passa o novo crente. Ter a consciência de que seus atos, antes feitos e vistos como sem maldade alguma, agora são vistos como atos pecaminosos e abomináveis para Deus.  Isso gera na mente do homem um sentimento de frustração muitas vezes por que ele sabe que por mais que tenta evitar o pecado ele sempre será um pecador. Nosso corpo, nossa natureza tem uma inclinação para o pecado e agora sei que devo lutar contra isso. E é por isso que Paulo vai de ser que faz o que odeia e omite fazer o que aprova, ou seja, o homem é um escravo do pecado. De modo que Paulo vai dizer:  “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim”, v. 17. Os atos de um escravo são de fato seus próprios atos; mas não sendo realizados com o pleno assentimento e ou consentimento de sua alma, eles não são testes justos do real estado de seus sentimentos.  
Paulo não é o único a desenvolver uma crise em sua vida cristã. Outros muitos personagens bíblicos revelam que em algum momento de sua vida sofreram uma forte crise, passaram por problemas onde chegaram a questionar sua fé e sua relação com Deus. Um desses personagens foi Jó. “Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? Jó 7:20” Por vários momentos Jó demonstra sua angústia diante da situação que esta passando. Ele questiona a Deus varias vezes.
Mas sem duvida alguma nenhum outro livro da bíblia expressa tão forte sentimento de crise quanto o livro de Salmos. Por vezes o salmista (em alguns casos o Rei Davi, visto que nem todos os salmos são de Davi) vai se lamentar por ser tão grande pecador. E ai mais uma vez entrar no dilema que Paulo passou de fazer aquele que não quer de omitir fazer aquilo que aprova. Alguns desse salmos que expressão bem o que aqui dizemos são:
                Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.   Salmos 51:2
                Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.  Salmos 51:3
Como vemos se no passado grandes homens de Deus tiveram momentos de profunda crise, sem duvida nós também passaremos pois todo homem que é regenerado pelo Espírito Santo de Deus e passa ter consciência do pecado não pode deixar de viver esta luta contra o pecado que em seu corpo e sufoca a sua alma. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Perguntas e respostas sobre o texto do Reverendo Augustus Nicodemus: A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil.

1-      O número de evangélicos no país tem crescido muito nos últimos anos. Mas de acordo com o texto do Rev Augustus Nicodemus boa parte deles não consegue se livrar da herança católica. Por que isso acontece?
R. Sem duvida a conversão verdadeira gera arrependimento e fé porém uma mudança espiritual e moral não significam necessariamente uma mudança na maneira de como a pessoa vê o mundo. De acordo com o texto foi isso que aconteceu em Coríntios, motivo pelo qual Paulo escreveu advertindo-os sobre a maneira ainda pagã de ver o mundo onde, o culto à personalidade, mantido para com os filósofos gregos, permanecia o que levou a igreja a formar partidos em torno de Paulo, Apolo, Pedro e o próprio Cristo. O mesmo tem acontecido hoje em dia. O individuo se converte mas continua com necessidade de ter algo palpável para depositar a sua fé. É daí que surgem então o manto sagrado, óleo ungido, água abençoada etc.
2- O que há de semelhante entre o sistema eclesiástico governamental dos católicos romanos e de algumas igrejas evangélicas dos nossos dias?
R. Entre os católicos romanos é comum impor aos clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) autoridade superior a de todos os homens. Na visão católica o sacerdote é representante legal de Deus na Terra. Há alma católica dos evangélicos brasileiros absorveu isso muito bem. Hoje é comum vermos igrejas, ditas evangélicas, que desenvolvem um sistema governamental semelhante. Pessoas se auto intitulam bispos, ou pior, Apóstolos e desenvolve na igreja uma autoridade tal ao ponto de se achar o pleno representante de Deus na Terra. A oração dele (do Apóstolo) tem mais poder do que a dos homens comuns. Por isso que é comum vermos em programas de televisão esses “Apóstolos” dizendo algo do tipo: vai a minha fé te curou.
3- É comum nas igrejas vermos irmãos pedindo para que os pastores orem por seus problemas e até pessoas não evangélicas (as chamadas amigas do evangelho) muitas vezes recorrem aos pastores na hora da dificuldade. O que há de mais nisso?
R. Realmente não há nenhum problema nisso. A bíblia nos recomenda a orarmos uns pelos outros. O problema é quando eu passo a acreditar que apenas a oração do pastor ou do tal “Apóstolo” tem mais poder que as orações dos demais irmãos. Isso acontece mais uma vez devido a herança católica onde o sacerdote é visto como aquele através de quem a graça é concedida. Segundo o Rev Nicodemus esse ranço do Catolicismo Romano tem sido cada vez mais explorado pelos setores neopentecostais, a julgar por práticas já assimiladas como “oração dos 318 homens de Deus”, a “prece poderosa do bispo tal”, a oração da irmã fulana, que é profetisa” etc. 
4- Existe algum problema em beber uma água abençoada? Ou me dirigir a um local especifico (um monte, por exemplo) para orar? Ou ainda ser ungido com óleo santo?
R. Acredito que devamos agradecer a Deus por todas as nossas refeições, por tudo que ele nos dá, inclusive a água que bebemos. Mas o fato de eu orar ou alguém orar sobre o copo de água não a tornará santa nem terá ela poderes miraculosos, pelo menos não existe nenhuma base bíblica para isso. O mesmo vale para orações que são feitas em monte e vales. A eficácia dessas orações pode ser a mesma da oração feita em casa. A questão de tudo isso é que mais uma vez somos influenciados pelo misticismo católico que ao chegar ao Brasil foi influenciado pelas religiões afro-brasileiras. Daí surgem então os milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros.
5- Devemos separar o sagrado do profano?
R. Na visão católica sim. A idéia de que o mundo esta dividido entre duas realidades coexistentes, antagônicas e freqüentemente irreconciliáveis surgiu na idade media com o grande teólogo católico Tomás de Aquino. Os evangélicos herdarão essa visão. Outro dia ouvi até um pastor dizer: “porque existem coisas que são sagradas e coisas que são profanas”. O sagrado é ir a missão (no caso dos evangélicos, ao culto) o profano é meu trabalho, meus estudos etc. Segundo o Rev Nicodemus falta-nos uma mentalidade que integre fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado.    
6- Somente os pecados sexuais são realmente graves?
R. É comum entre os católicos romanos fazer separação entre pecados mortais e veniais, ou seja, aqueles que são mais leves. Em geral a “mentirinha” o jeitinho brasileiro, o tirar vantagem etc são considerados pecadinhos leves. Já a fornicação, adultério, prostituição e outros pecados de natureza sexual são considerados graves e podem até retirar a salvação do individuo (no caso daqueles que acreditam que a salvação pode ser perdida). No meio evangélico a mesma mentalidade existe. É comum vermos irmãos sendo disciplinados ou até afastados do rol de membros pelos pecados sexuais. Mas o pior de tudo é saber que até mesmo esse tipo de pecado tem sido mais aceito pelas igrejas. Devemos ter sempre em mente que pecado é pecado. Não existe pecadinho nem pecadão apenas conseqüências diferentes para cada tipo de pecado. 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O QUE É FILOSOFIA?


“A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo” (Merleauni Ponty).

Sócrates é dos primeiros grandes exemplos de Filósofo. Considerado um grande filósofo da antiguidade, Sócrates costumava parar as pessoas em praça pública e fazer questionamentos sobre determinados assuntos que julgava interessante. Dizia-se ignorante sobre o assunto e colocava o interlocutor em tal situação que não havia saída senão reconhecer a própria ignorância. O que o autor quer mostrar é que Sócrates não ficava confinado em um gabinete contemplando o seu próprio umbigo ele ia até o povo. Ao fazer isso Sócrates torna-se um “subversivo” porque “desnorteia”, perturba a “ordem” do conhecer e do fazer e, portanto, deve morrer. Por ser alteradora da ordem, a filosofia  perturba, incomoda e é sempre “expulsa da cidade”, mesmo quando as pessoas se riem do filósofo ou o consideram “inútil”. Talvez tenha esse sido o motivo pelo qual retirou-se dos cursos secundários a disciplina de filosofia.
É importante lembrar, que o trabalho filosófico é essencialmente teórico. O que não significa que a filosofia esteja à margem do mundo. Para Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. Para Kant, filósofo alemão do século XVIII, “não há filósofo que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Isto significa que a filosofia é, sobretudo uma atitude, um pensar permanente. No começo a filosofia estava ligada a ciência, sendo o filósofo o sábio que refletia. A partir do século XVII, a revolução metodológica iniciada por Galileu promove a autonomia da ciência e o seu desligamento da filosofia. Na verdade o que podemos ver é que a filosofia não faz juízos de realidade, como a ciência, mas juízos de valor. O filósofo parte da experiência vivida do homem trabalhando na linha de montagem. Não vê apenas como é, mas como deveria ser.
Segundo Gramsci, “não se pode pensar em nenhum homem que não seja também um filósofo, que não pense, precisamente porque pensar é próprio do homem como tal”. Isso significa que as questões filosóficas fazem parte do cotidiano de todos nós. Porém devemos deixar claro que o simples fato de refletir não faz do homem um filósofo. A palavra reflexão quando examinada da à idéia de imagem refletida no espelho, há um “desdobramento”, pois estamos aqui e estamos lá. Portanto refletir é retomar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si mesmo em questão o que já se conhece. É Gramsci quem vai dizer: “o filósofo profissional ou técnico não só ‘pensa’ com maior rigor lógico, com maior coerência, com maior espírito de sistema do que os outros homens, mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que o pensamento teve até ele e é capaz de retomar os problemas a partir do ponto em que se encontram, depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução”. O professor Demerval Saviani que diz que a reflexão filosófica é radical, rigorosa, e de conjunto.
Radical não no sentido de ser inflexível, mas enquanto busca explicar os conceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir. Rigorosa porque enquanto a “filosofia de vida”, aquela do homem cotidiano, não leva as conclusões até as últimas conseqüências, e nem sempre é capaz de examinar os fundamentos delas, o filosofo deve dispor de um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da critica.
De conjunto porque enquanto as ciências são particulares, porque abordam “recortes” da realidade e se distinguem de outras formas de conhecimento, e a ação humana se expressa na mais variadas formas (técnica, magia, arte, política etc), a filosofia é globalizante porque examina os problemas sob a perspectiva de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. Daí a função de interdisciplinaridade da filosofia. E porque é necessário filosofia? A filosofia é importante porque é um meio da reflexão filosófica permitir ao homem ter mais de uma dimensão, além da que é dada pelo agir imediato no qual o “o homem prático” se encontra mergulhado.
A filosofia não pode ser dogmática, ou seja, aquilo que leva o individuo a certeza de uma doutrina, nem tampouco cética, ou seja, aquilo que leva o homem a conclui pela impossibilidade de toda certeza e, nesse sentido, considera inútil a busca que não leva a lugar nenhum.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PESQUISA SOBRE O JESUS HISTORICO DE BULTMANN

RUDOLF BULTMANN (1884-1976)‏

Teólogo e escritor protestante alemão. Estudou teologia nas Universidades de Tubinga, Berlim e Marburgo. Professor nesta última universidade desde 1921 até a sua aposentadoria em 1951. Muito discutido, tanto nos círculos protestantes quanto nos católicos, por sua interpretação dos Evangelhos, da pessoa histórica de Jesus e de sua mensagem, aplicou as normas da crítica histórica do século XX, assim como o método das formas ao texto bíblico. Esteve em contato com as correntes filosóficas modernas, valendo-se, principalmente, da análise existencial de M. Heidegger. De imensa erudição e capacidade, é uma figura importante e discutida do pensamento cristão atual.
Seu pensamento está contido principalmente em A história da tradição sinótica (1922), na qual analisa os evangelhos à luz das diferentes formas. E no Novo Testamento e mitologia (1941), obra várias vezes revisada e publicada em dois volumes sob o título de Querigma e mito (1961-1962). Em 1927 surgiram uma série de ensaios e escritos menores de Bultmann com o título de Existência e fé nos quais projeta sua visão cristã através do existencialismo.
Uma análise da doutrina de Bultmann às seguintes conclusões:

1) Ceticismo quase absoluto sobre o valor histórico do Novo Testamento (NT). Para Bultmann, os evangelhos estão menos interessados na pessoa de Jesus e mais no período posterior à sua morte. Os evangelhos são simples construções convencionais posteriores.

2) O cristianismo atual enlaça com o primitivo somente pela aceitação do querigma, que aparece em Rm 1,3-4; 6,3-4; At 2,21-24; 1Cor 11,23-26.

3) Somente desta forma nós podemos saber nada sobre a vida e a personalidade do Jesus histórico. Assim como Barth, Bultmann reage contra a figura perfeita do Jesus histórico reconstruído pela teologia liberal do séc. XIX. É pouco o que sabemos e podemos reconstruir sobre a figura histórica de Jesus. As afirmaçõees do NT sobre ele não se referem à sua natureza, mas à sua significação.

4) O tema central do evangelho é a morte e ressurreição de Jesus. A ressurreição não é um acontecimento objetivo, mas uma experiência viva que nos introduz numa nova dimensão da existência e nos liberta de nós mesmos, do pecado, para abrir-nos aos outros. Doutrinas tão básicas do cristianismo como a encarnação, morte, ressurreição e segunda vinda de Cristo dissipam-se numa interpretação existencialista da vida. A interpretação mítica dissolve-se num existencialismo que não deixa quase nada intacto no credo dos apóstolos.

A conclusão final de Bultmann é que o mito ou forma de pensamento em que aparece envolvido o Evangelho apresenta-nos uma versão manipulada e desfigurada de Jesus, Filho de Deus, que morreu e ressuscitou. Esse mito transmite-nos um querigma, uma palavra divina dirigida ao homem, que este deve aceitar de maneira desmitificada, isto é desprovida de sua proteção. O Cristo com que nos encontramos hoje é o Cristo da evangelização, não o Jesus da história. É o querigma desmitificado de formas do passado, todavia existentes na fé e na pregação de Jesus, que nos obriga e nos defronta a uma opção entre uma vida autêntica e outra inautêntica.
Da doutrina de Bultmann deduz-se que a fé cristã deve interessar-se pelo Jesus histórico para centrar-se no Cristo transcendente do querigma. A fé cristã, a fé no querigma da Igreja, pela qual se pode dizer que Jesus Cristo ressuscitou, e não fé no Jesus histórico.
Todas as Igrejas, após reconhecer a boa vontade de Bultmann, rejeitam a postura radical do grande mestre. Sua doutrina permitiu reconstruir melhor o Jesus histórico e sua função dentro da teologia atual. Os mesmos discípulos de Bultmann evoluíram para uma nova hermenêutica e interpretação da forma linguística da existência.

A ORIGEM DA BUSCA DO JESUS HISTÓRICO
A origem da busca do Jesus histórico baseou-se no pressuposto de que havia uma imensa lacuna entre a figura histórica de Jesus e a interpretação que lhe fora atribuída pela igreja cristã. O "Jesus histórico" que se encontrava no Novo Testamento correspondia à figura de um simples mestre da religião; a figura do "Cristo da fé cristã" não passava, portanto, de uma interpretação equivocada por parte dos escritores da igreja primitiva. Ao retroceder na busca do Jesus histórico, seria possível encontrar uma versão mais crível do cristianismo, despida de todos os tipos de acréscimos dogmáticos desnecessários e inadequados (como a crença da ressurreição ou da divindade de Cristo).
A POSIÇÃO DE RUDOLF BULTMANN (AFASTAMENTO DA HISTÓRIA)

Bultmann considerava que todo este movimento de reconstrução histórica da figura de Jesus era o mesmo que entrar em um beco sem saída. Para ele, a história não era algo de importância fundamental para a cristologia; bastava tão somente que Jesus existisse e que a proclamação cristã (que ele chamava de querigma[kerygma]) estivesse de alguma forma baseada na pessoa de Jesus. Assim, Bultmann reduziu todo o caráter histórico da cristologia a uma única palavra — "que". Em outras palavras, somente é necessário crer "que" Jesus Cristo é o fundamento da proclamação do evangelho (ou do querigma)
Para Bultmann, embora a cruz e a ressurreição sejam, de fato, fenômenos históricos (pois ocorreram no âmbito da história humana), devem, contudo, ser discernidos pela fé como atos divinos. No querigma, a cruz e a ressurreição estão interligadas como o ato do juízo de Deus e o ato da salvação de Deus. São precisamente estes atos divinos que possuem um significado constante, e não o fenômeno histórico que lhes serviu de suporte. Portanto, o querigma não se preocupa com questões históricas, mas sim em comunicar a necessidade de uma tomada de decisão por parte daqueles que ouvem a proclamação do evangelho, transferindo, assim, o momento escatológico de um passado distante para o aqui e o agora da proclamação em si:
Isto significa que Jesus Cristo nos encontra no querigma e não em outro lugar qualquer, da mesma forma que ele mesmo confrontou Paulo e o levou a uma tomada de decisão. O querigma não é a proclamação de verdades universais ou de conceitos atemporais — quer sejam o conceito de Deus quer sejam o conceito do redentor — mas sim a proclamação de um fato histórico... Portanto, o querigma não atua como um veículo de conceitos atemporais, nem como um mediador de informações históricas: o que é de importância decisiva é o fato de que o querigma é o "que" de Cristo, é seu "aqui e agora", um "aqui e agora" que se torna presente nas pessoas a quem a proclamação do evangelho se dirige.
Portanto, de acordo com Bultmann, não se deve ficar atrás do querigma, utilizando-o como "fonte" com a finalidade de reconstituir um "Jesus histórico" acompanhado de sua "consciência messiânica", sua "vida interior" ou seu "heroísmo". Essa reconstituição seria apenas "Cristo segundo a carne", algo que não existe mais. Não é o Jesus histórico, mas sim Jesus Cristo, aquele que pregamos que é o Senhor.
Parte importante da interpretação de Bultmann é o seu modo de entender a história. Ao contrário do idioma português, a língua alemã fornecia a Bultmann duas palavras correspondentes a “história”. A primeira, Historie, é usada em relação aos fatos da história. A segunda, Geschichte, é o termo que subentende o significado ou relevância de um evento na história. Com o uso destas duas palavras, é possível diferenciar entre o significado do evento e um fato real. Sendo assim, poderia-se dizer que Jesus morreu na Historie, mas sua real ressurreição se deu na Geschichte. Ou seja, ele não nega a existência do Jesus histórico, como fez a antiga teologia liberal alemã, mas nega a realidade dos eventos sobrenaturais que o envolveram.
Este afastamento radical da história alarmou a muitos. Como alguém poderia ter certeza de que a cristologia estava devidamente alicerçada na pessoa e na obra de Jesus Cristo? Como alguém poderia começar a checar a cristologia, se a história de Jesus era totalmente irrelevante? Para um número cada vez maior de estudiosos, pertencentes às áreas do Novo Testamento e dos estudos dogmáticos, parecia que Bultmann tinha apenas desatado um nó górdio, sem no entanto solucionar as graves questões históricas que estavam sendo debatidas.
Para Bultmann, no entanto, tudo que fosse possível ou necessário saber sobre o Jesus histórico era o fato de que ele existiu. Para o estudioso de Novo Testamento, Gerhard Ebeling, a pessoa do Jesus histórico é a base fundamental da cristologia, e uma vez que se demonstrasse que a cristologia nada mais era do que uma interpretação equivocada do significado do Jesus histórico, isso seria o fim da cristologia. Podemos dizer que com essa afirmação, Ebeling estava expressando as preocupações que constituíram a base para uma "nova busca do Jesus histórico".

PENSAMENTOS DE RUDOLF BULTMANN
"É precisamente pelo abandono radical e pela crítica consciente dessa cosmovisão mitológica da Bíblia que podemos trazer à luz a pedra de tropeço real, ou seja, o fato de que a palavra de Deus chama o ser humano a renunciar a toda segurança de obra humana."
"A fé é a renúncia por parte do ser humano à sua própria segurança e a disposição de encontrá-la unicamente no além invisível, em Deus. Isso significa que a fé é uma segurança ali onde nenhuma segurança pode ser vista; é como disse Lutero, a disposição de entrar confiadamente nas trevas do futuro."
"Creio que Deus atua aqui e agora, mas Sua ação é oculta, porque não é diretamente idêntica ao acontecimento visível. Ainda não sei o que Deus está fazendo, e talvez nunca chegue a sabê-lo, mas creio firmemente que é importante para minha existência pessoal, e devo perguntar-me o que é que Deus está me dizendo. Talvez esteja me dizendo apenas que devo agüentar em silêncio."
"A graça de Deus é a graça que perdoa pecados, isto é ela liberta o ser humano de seu passado, que o mantém preso. Liberta-o daquela postura do ser humano que quer se assegurar, lançando por isso mão do que é disponível e apegando-se ao que é transitório e sempre já passado".
"Portanto, o acontecimento ocorrido em Cristo é a revelação do amor de Deus, que liberta o ser humano de si mesmo, libertando-o para uma vida de entrega na fé e no amor. Fé como liberdade do ser humano de si mesmo, como abertura para o futuro, só é possível como fé no amor de Deus. Contudo, a fé no amor de Deus permanece auto-suficiência enquanto o amor de Deus for uma imagem criada pelo desejo, uma idéia, enquanto Deus não revelar seu amor. A fé cristã é fé em Cristo pelo fato de ser fé no amor revelado de Deus. Só quem já é amado pode amar".
"A palavra de Deus exorta o ser humano a renunciar a seu egoísmo e à segurança ilusória que ele próprio construiu para si. Exorta-o a que se volte para Deus, que está além do mundo e do pensamento científico. Exorta-o, ao mesmo tempo, a que encontre seu verdadeiro eu. Porque o eu do ser humano, sua vida interior, sua existência pessoal também se encontra além do mundo visível e do pensamento racional. A palavra de Deus interpela o ser humano em sua existência pessoal e, assim, o liberta do mundo, da preocupação e da angústia que o oprimem tão logo se esquece do além".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CIÊNCIA X FÉ RICHARD DAWKINS E FRANCIS COLLINS

Debate produzido pela revista americanaTime. O material foi traduzido para o português por Eliel Vieira(eliel@elielvieira.org) e Amauri Alves(amauri.alves@gmail.com), sendo postado originalmente  emelielvieira.org. Todo o debate foi re-diagramado e re-postado no blog Deus em Debate.
Aqui eu resolvi colocar apenas uma pequena parte do debate:

TIME:Professor Dawkins, para uma pessoa que verdadeiramente entende sobre ciência, então Deus deve ser considerado um delírio, como o título do seu livro sugere?
DAWKINS: A questão se existe um criador sobrenatural, um Deus, é uma das questões mais importantes que nós temos que responder. Eu acho que esta é uma questão científica. Minha resposta é que não existe.
TIME:Dr. Collins, você acredita que a Ciência é compatível com a fé cristã?
COLLINS:Sim. A existência de Deus é verdadeira ou falsa. Mas chamar esta questão de científica implica que as ferramentas que a ciência possui podem prover a resposta. De minha perspectiva, Deus não pode ser completamente contido dentro da natureza e, portanto, está fora da capacidade da ciência prover uma resposta sobre a existência de Deus.
TIME:Stephen Jay Gould, um paleontologista de Havard, ficou famoso por argumentar que religião e ciência podem coexistir por ocuparem compartimentos separados. Vocês dois parecem discordar disto.
COLLINS:Gould estabelece um muro artificial entre as duas visões do mundo que não existe na minha vida. Por acreditar no poder criativo de Deus em ter trago tudo para existência no começo, penso que estudar o mundo natural é a melhor oportunidade que tenho para observar a majestade, a elegância e a complexidade da criação de Deus.
DAWKINS: Eu acho que a separação dos compartimentos por Gould foi uma jogada puramente política para trazer pessoas religiosas para o campo da ciência. Mas esta idéia é muito vazia. Existem muitos lugares onde a religião não pode se manter ao largo da relva científica. Qualquer crença em milagres é plenamente contraditória não apenas com os fatos da ciência, mas também com o espírito da ciência.
TIME:Professor Dawkins, você acha que a teoria evolucionária de Darwin faz mais do que
simplesmente contradizer a história do Gênesis.
DAWKINS: Sim. Por séculos o mais poderoso argumento para a existência de Deus era o chamado “argumento do Design”: seres vivos são tão belos e elegantes e aparentemente tão complexos que eles só podem ter sido criados por um designer inteligente. Mas Darwin nos deu uma explicação muito mais simples. Seu caminho é gradual, uma crescente melhoria de um início muito simples, trabalhado passo a passo para a maior complexidade, elegância e perfeita adaptação. Cada etapa não é tão improvável para nós entendermos. Mas quando você as reuni cumulativamente através de milhões de anos, você obtém estes monstros de improbabilidade, como o cérebro humano. Isto deve nos alertar contra aqueles que, novamente, dizem que o fato de alguma coisa ser complicada, Deus deve ter feito esta coisa.
COLLINS:Eu não vejo como a explicação básica do Professor Dawkins sobre a evolução seja incompatível com um Deus que tenha a projetado.
TIME:Quando, se este projeto aconteceu?
COLLINS:Estando fora da natureza, Deus está também fora do Espaço e do Tempo. Assim, no momento da criação do universo, Deus poderia ter ativado a evolução, com total conhecimento  do que ela geraria, talvez até incluindo nossa conversa agora. A idéia de que ele poderia prever o futuro e também nos dar um espírito e livre-arbítrio para tomar nossas decisões se torna completamente aceitável.
DAWKINS: Eu acho que está é uma tremenda evasão de responsabilidade. Se Deus quisesse criar a vida e os seres humanos, seria um pouco estranho ele escolher esta forma extraordinariamente complicada, esperar 10 bilhões de anos antes da vida começar, então esperar por outros 4 bilhões de anos até ter seres humanos capazes de adorar, pecar e todas estas outras coisas emque as pessoas religiosas estão interessadas.
COLLINS:Quem somos nós para dizer que esta é uma forma estranha de se fazer uma coisa? Eu não acho que seja do propósito de Deus fazer sua intenção absolutamente óbvia para nós. Se seu propósito era ser uma divindade que nós devêssemos buscar sem sermos forçados a isso, não teria sido sensato a ele usar o mecanismo de evolução sem estabelecer óbvias placas rodoviárias que revelem seu papel na criação?


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Vamos começar a trabalhar o tema do Blog

Amados irmãos, quando crie este blog tinha por objetivo discutir e apresentar temas relacionados à biologia e a teologia. Fiz alguns testes. Publiquei alguns artigos. E hoje resolvi escrever algo realmente relacionado ao tema do blog, ou seja, Biologia e Teologia em Compatibilidade. É possível haver compatibilidade entre estas duas ciências? Sim, é possível. Porém é necessário deixar bem claro alguns pontos:

1-     A Bíblia não é um artigo cientifico, nem tampouco um livro cientifico. Não quero dizer que por esta razão não devamos dar credito ao conteúdo bíblico. Apenas quero deixar bem claro que nenhum dos escritores bíblicos tinha a intenção de escrever um compendio cientifico.
2-     A Bíblia não é um livro de história universal. A Bíblia trata da historia de um povo. Muitos livros na Bíblia não tinham uma preocupação extrema com a historia. Alguns dos autores não estavam preocupados em escrever um livro de historia. Isso, no entanto não descredencia a Bíblia como livro histórico, pois muitos autores se preocuparam em deixar claro se não o ano exato em que o fato aconteceu, mas pelo menos em que reinado, ou seja, o rei que governava, no ano em que o fato aconteceu. Um exemplo disso é quando o profeta Isaias tem uma visão no capitulo 6 e ele deixa claro que tal fato aconteceu no ano da morte do rei Uzias.
3-     A Bíblia foi escrita ao longo de centenas de anos por autores diferentes e em épocas diferentes e com certeza culturas diferentes e problemas políticos e sociais diferentes. As historias contidas no livro do Gênesis por exemplo, foram contadas por muitos e muitos anos até ser finalmente reunidas em uma ordem cronológica e em um só livro.

Mas a onde eu quero chegar com tudo isso? É simples irmãos ao analisar a Bíblia devemos ter em mente tudo isso que citamos agora. Nas minhas próximas postagens espero que se lembrem disso e não façam nenhum julgamento precipitado.
Que a Graça e a Paz do Nosso Senhor Jesus esteja com todos. Amém.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

De acordo com o texto de Efésios 1: 3-14 e Romanos 8: 26-39, qual a ação do homem na sua salvação?

R.: Nenhuma. De acordo com as Escrituras Sagradas o homem não tem participação nenhuma em seu processo de salvação, visto que a salvação é uma graça de DEUS. O Senhor DEUS concede a salvação a quem Ele quer de acordo com os seus propósitos. Este plano de salvação não depende da ação humana. DEUS antes da fundação do mundo já escolheu aqueles a quem iria, de acordo com sua riquíssima misericórdia, concede a graça imerecida da salvação. Como diz em Efésios 1: 4-5 “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele, e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,...” Fomos eleitos por DEUS predestinados para a vida eterna. O texto da carta aos Efésios escrita pelo Apóstolo Paulo em nada contraria os ensinamentos de Jesus Cristo tendo em vista que o próprio Jesus disse em João 15: 16 “ Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Fomos escolhidos por DEUS muito antes de nascermos, muito antes de pecarmos ou mesmo de fazer algo de bom. DEUS é soberano, é onipotente e onisciente. Conhece todas as coisas antes mesmo que elas venham acontecer. Portanto, a salvação não depende da vontade humana nem tampouco de suas obras. Sendo assim é coerente quando o Apóstolo Paulo faz as seguintes perguntas em Romanos 8:31,33,34 e 35 “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se DEUS é por nós, quem será contra nós?  Quem intentará acusação contra os eleitos de DEUS? Quem os condenará? Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Em seguida o próprio Paulo da a sua resposta nos versículos 38 e 39 “ Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de DEUS, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. 
By biólogo Jeferson Marques

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Resenha A Hermeneutica Escatologica de Paulo

C. Timóteo Carriker. A Hermenêutica Escatológica de Paulo: 1 Coríntios 15. 23-28. Fides Reformata 5/1 (2000) 117-134.  

            No presente artigo o autor, o missionário da Igreja Presbiteriana (E.U.A) Dr. Timóteo Carriker,  traz uma reflexão sobre a hermenêutica escatológica do apóstolo Paulo, a qual pode ser observada através da leitura da Carta aos Coríntios, capitulo 15 versículos de 23 até o 28.
            Através de uma linguagem clara e concisa, o missionário Carriker demonstra em seu artigo a importância escatológica na hermenêutica contextual do apóstolo Paulo. Este artigo, segundo o próprio autor, é um complemento de dois outros trabalhos anteriores sobre a influência do apocaliptismo de modo geral no ministério e na teologia de Paulo e o outro sobre essa influência na Carta aos Romanos.
Nas 17 páginas do artigo, o autor aborda os aspectos através do qual, Paulo vai ao longo de sua Carta aos Coríntios, revelando a sua autoridade apostólica e sua visão apocalíptica.
A fim de demonstrar as freqüentes imagens escatológicas de Paulo, o autor cita o escritor David Scholer, que em um de seus trabalhos, enumera 7 categorias de material escatológico e apocalíptico encontrado ao longo da Carta aos Coríntios a saber: 1- o dualismo temporal e a iminência sobre o fim dos séculos ( em 1Co 10. 11 Paulo emprega o termo (...) de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado); 2- a ressurreição futura dos crentes, baseada na ressurreição de Cristo; 3- o material revelador, referente ao significado da morte de Cristo dentro do plano secreto e oculto de Deus; 4- uma perspectiva apocalíptica do juízo final; 5- uma perspectiva apocalíptica das regiões celestiais e a participação dos crentes no julgamento dos anjos; 6- dualismo social-temporal e julgamento na explicação da morte inesperada de alguns crentes e 7- o conceito peculiarmente apocalíptico da transcendência sobre a morte. 
O missionário Carriker esclarece que Paulo tinha a intenção de deixar clara a sua posição com relação a sua visão escatológica. Ele observa claramente que em vários momentos de sua Carta à comunidade de Coríntios, Paulo deixa explicita sua autoridade como apóstolo e ainda se coloca como sendo o menor dos apóstolos. Aqui vale ressaltar que o termo “menor” de acordo com o artigo não quer dizer o mais humilde, mas sim, o mais novo dos apóstolos, como uma família de muitos filhos e ele sendo o caçula, o último  (1Co 15.8 (...) como por um nascido fora de tempo). Neste sentido, Carriker quer deixar claro que Paulo compreendia seu ministério dentro de um contexto escatológico da missão gentílica apocalipticamente inaugurada.
             Após esclarecer como Paulo responde as questões feitas por ele mesmo nos capítulos 12, 13 e 14, o autor expõe a visão apocalíptica de Paulo a qual fica bem clara no capitulo 15. 
            O capitulo 15 é na verdade a resposta (ou parte das respostas) as questões dos três capítulos anteriores, ou seja, o que o autor chama de hiper-espiritualidade dos coríntios, que despreza o mundo material e por isso a natureza corporal da ressurreição de Cristo e deles próprios. Neste capítulo, Paulo através de vários argumentos, esclarece aos coríntios que através da lógica fica claro que se os mortos não ressuscitam então Cristo não ressuscitou, e ainda mais, não há nem evangelho, nem esperança, isto é, não há razão para manterem a sua fé.
            Por fim, Carriker traz a nós o que ele chama de “O argumento radicalmente escatológico de Paulo”. Onde Paulo coloca uma ordem fixa de eventos que antecedem o fim. Essa ordem é descrita nos versículos 23 e 24 do capítulo 15 da Carta aos Coríntios: “23Cada um, porém, por sua própria ordem: as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda 24e, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai e houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder”. Segundo o missionário, as seguintes qualidades tipicamente apocalípticas aparecem aqui: uma ordem fixa de eventos, a autoridade dos poderes do mal, o reino do Messias e uma dimensão cosmológica.
            Vemos, portanto em todo o artigo a preocupação do autor em trazer ao leitor uma interpretação clara daquilo que Paulo queria que os coríntios percebessem, ou seja, sua autoridade apostólica, a crença plena na ressurreição dos mortos e sua hermenêutica escatológica. 
            O artigo do missionário C. Timóteo Carriker é sem duvida nenhuma uma rica fonte de esclarecimento sobre a hermenêutica escatológica paulina e pode servir de base não só para reflexões teológicas como também um esclarecedor texto para aqueles que têm interesse pelos temas escatológicos.
            O autor do artigo, o missionário Dr. C. Timóteo Carriker, é Bacharel em Ciências da Religião pela Universidade da Carolina do Norte, Mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Gordon-Conwell, Mestre em Missiologia e Doutor em Estudos Interculturais (PhD) pelo Seminário Teológico Fuller. É missiologo e trabalha com a Igreja Presbiteriana independente do Brasil.


Jéferson Marques, aluno do curso de Bacharelado em teologia do Centro de Educação Teológica

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Qual o texto Bíblico que mas me chama atenção e por quê?


  by Biólogo Jéferson Marques 

Resposta:

Gênesis 1. 1-31 e Gênesis 2. 1-3

Esse é o primeiro texto da Bíblia e narra a criação do Universo, da Terra, de todos os seres vivos da Terra e da criação do ser humano. Vou separar aqui alguns dos motivos pelo qual o texto me chama a atenção:

Gn 1.1 No principio, crio Deus os céus e a terra
Gn. 1.2 A terra, porém estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo...
Gn. 1.3 Disse Deus: Haja luz; e houve luz
Gn. 1.6 E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas.
Gn. 1.9 Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca....
Gn. 1.11 E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem sementes e árvores frutíferas que dêem fruto .......
Gn. 1.20 Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus.
Gn. 1.21 Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoaram as águas ....
Gn. 1.24 Disse também Deus: produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos ....
Gn 1.26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem .....
Gn 2. 1-3 Deus conclui a Criação e descansa

                        Porque esse texto me chama a atenção?
                        Primeiro gostaria de dizer que sou Biólogo, tenho Mestrado em Bioquímica, sou professor de Ciências e Biologia e também trabalho como Biólogo.
                        Nasci em um lar evangélico. Fui educado dentro dos pensamentos cristãos e sempre me considerei um crente em Cristo. Tinha a bíblia como uma verdade absoluta. Porém, depois que comecei a cursar a Faculdade, me deparei com teorias que devido a todos os seus argumentos científicos não poderiam ser questionadas. Algumas dessas teorias foram até experimentadas dentro das hipóteses que iam surgindo. Diante de vários fatos algumas se tornaram Leis, ou seja, são irrefutáveis. A química, a física, a matemática é repleta de leis. A biologia tem poucas, mas também tem. O Dogma Central da Biologia é: DNA produz DNA que produz RNA que produz proteína.
                        Diante de tantas teorias, leis e dogmas científicos eu passei a acreditar que o texto do Gênesis que narra a Criação do Universo, da Terra e do ser humano era uma simples alegoria. Foi só quando eu fiz o mestrado em bioquímica e comecei a comparar algumas teorias evolucionistas com o texto de Gênesis 1. 1-31 que fui percebendo como as teorias se encaixavam.
Vou descrever agora a teoria do bioquímico russo Alexander Oparin com relação a formação da vida na Terra.  

1-       No princípio a Terra não passava de uma grande massa quente por dentro e, a medida que girava ia esfriando por fora.  Em outras palavras, sem forma e vazia (Gn. 1.2).
2-       Matérias mais leves tais como gases hidrogênio, oxigênio e dióxido de carbono faziam parte da atmosfera primitiva da Terra. O Hidrogênio ao combinar-se o oxigênio transformou-se em vapor de água. À medida que a temperatura da Terra ia esfriando, o vapor de água se transformava em água liquida (chuva) que caia e preenchia as partes mais baixas da Terra formando rios, mares e oceanos, Gn. 1.9.
3-       Os primeiros seres vivos se formaram na água, provavelmente bactérias simples. Algumas dessas bactérias eram fotossintetizantes, ou seja, transformação energia luminosa em energia química. A partir dessas bactérias surgiram outros seres fotossintetizantes, provavelmente os primeiros vegetais da Terra, que eram bem simples como os musgos (lodo) depois os pteridófitos (avenca) depois as gimnospermas (pinheiros) e por ultimo as angiospermas. Observe que primeiro vieram os vegetais simples (musgos e avencas) depois os que tem apenas sementes mas não tem flor (pinheiros) e por ultimo os vegetais completos, com flor, sementes e frutos. Em Gênesis  1. 11 a seqüência é: relva, erva que dêem sementes e por fim árvores frutíferas.
4-       Depois surgiram os animais que evoluíram provavelmente de bactérias heterotróficas, ou seja que não fazem fotossíntese. 1.20-24.
5-       Por ultimo em todas as teorias evolucionistas o ser humano surge como uma das ultimas espécies a evoluírem na Terra, Gn. 1.26

Ao perceber esta seqüência eu fiquei sem duvida nenhuma impressionado  como um texto escrito há mais de três mil anos põe a formação da Terra, criação dos seres vivos e do homem de um modo que só agora em meados do século 20 os cientistas puderam vir a deduzir.
Isto me fez aumentar minha fé na palavra de Deus e reconhecer que a Bíblia é sem duvida nenhuma inerrante.