domingo, 2 de janeiro de 2011

Oswald Chambers. Obreiros de Deus. Editora Betânia, 2000, 96p.

O Pastor Oswald Chambers, homem dedicado a pregação do evangelho, foi missionário no Egito onde faleceu em 1917. Seus livros são na realidade, registros de sermões e conferências que ele proferiu no decorrer de dez anos de ministério – de 1907 a 1917. Foi sua esposa que, com sabedoria, coletou todos os dados de seus sermões, taquigrafando suas palavras.
            O livro está dividido em dez capítulos, onde em cada capitulo o autor oferece preciosos conselhos e ensinamentos para pastores, missionários  e líderes que desejam saber mais sobre como ministrar com paixão e poder às necessidades espirituais das pessoas, e ajudá-las a encontrar cura, salvação e restauração.
            Já no primeiro capitulo o autor traz bons conselhos de como trabalhar na cura de almas. Ele aconselha a não utilizar a palavra de Deus como aquele remédio que o médico passou para o seu vizinho e que você toma pensando: “bom se fez efeito no meu vizinho fará em mim”. Ele nos diz que quando nos acostumamos a empregar certos versículos bíblicos com pessoas que estão buscando o novo nascimento, ou outros textos com aqueles que desejam a santificação, de repente, sentimos que o Espírito do Senhor se afasta. Ele deixa de atuar, não usando mais essas passagens por nosso intermédio. A razão, segundo  ele, é esta: assim que nos prendemos a um “atalho” no processo de ajudar pessoas, Deus nos deixa sozinhos.
            Oswald Chambers também dedicou um capitulo para ensinar a como trabalharmos com pessoas “anormais” , ou seja, pessoas que não vivem de acordo com as normais sociais, as que não são corretas. A palavra de Deus afirma que toda a raça humana é “anormal”. Ele refere-se a essas pessoas como almas congelas, que estão mortas para com Deus, e cuja consciência não as incomoda nem um pouco. Chambers deixa claro que ao lidar com essas pessoas devemos deixar que o Espírito Santo atue na vida dela. Ele afirma que devemos saber, cada um de nós, o que Deus efetuou em nossa alma por intermédio de Jesus Cristo, e depender inteiramente do Espírito Santo. É o Espírito que revela Jesus para todos os indivíduos, seja qual for o seu tipo e sua condição.
            Trabalhar com pecadores resistentes é sem duvida um dos maiores desafios para os obreiros. Ao falar de pecadores resistentes, Chambers se refere aos de intelecto “saudável”, pessoas que se acham perfeitamente satisfeitos com sua condição de vida. São homens direitos, que, no que se refere à moral, acham-se satisfeitos consigo mesmos. São inteligentes, felizes, e dão a impressão de que não precisam nem um pouco de Jesus Cristo. São essas pessoas que em geral fazem o tipo de pergunta: “De que adiantou Jesus Cristo ter morrido por mim? Sou um homem correto. Cumpro meu dever. Não sou nenhum bandido; não roubo; não sou pecador. Por que Jesus Cristo teria de morrer por mim?” Ao nos orientar como trabalhar com esse tipo de pessoa o autor da o exemplo do Apostolo Paulo que conseguiu suportar a zombaria sofisticada dos filósofos atenienses, porque conhecia Jesus Cristo. Sabia que ele é o maior, mais glorioso e digno Ser que já esteve nesta terra. Chambers então nos alerta a termos o cuidado de apresentar o próprio Senhor Jesus Cristo para os incrédulos. Confiar inteiramente no Espírito Santo, ele nos orientará , revelando-nos a forma certa de anunciá-lo a cada individuo.
No capitulo quatro do livro, Chambers traz mais um grande desafio para os obreiros: Trabalhando com Apóstatas. Certamente o apóstata não é aquele individuo que comente um pecado e se sente enfraquecido na fé. O apóstata é pior. É o individuo que abandonou a Deus e se apegou a outros valores. A apostasia tem duas faces. O individuo se afasta de Deus e depois se apega a outro valor. O termo não se aplica àquele que, pela primeira vez, enxergou em si a predisposição para pecar. Ele designa alguém que conhecia a graça de Deus, sabia o que é pecado e como podia ser liberto dele, mas deliberadamente abandonou a Deus e se apartou dele por amar mais a outra coisa. O apóstata, segundo Chambers, não é um pecador que precisa se converter, não. Seu caso é bem mais difícil do que o de um incrédulo. Segundo Chambers se para trabalharmos com os outros casos até agora citados devemos estar na completa dependência do Espírito, para trabalhar com um apóstata temos que estar mil vezes mais. Interceder por um desviado, além de ser uma prática em que aprendemos muito, é também uma provação, diz Chambers. Ele ainda diz que neste caso, orar não é apenas fazer uma petição; é viver numa atmosfera de oração.
Nos capítulos seguintes outros conselhos são dados para os obreiros que durante sua trajetória no ministério certamente enfrentaram desafios tais como: Trabalhar com hipócritas, ou seja pessoas dúplices, que são uma coisa e aparentam outra; Trabalhar com almas enfermas, ou seja, pessoas que desanimaram e vivem no pessimismo e também Trabalhar com pessoas obtusas, pessoas que fazem algo ou forma uma idéia sem pensar e sem julgar bem os fatos. Em todos esses casos o autor nos orienta a termos uma vida voltada para a palavra de Deus. Orienta também que não devemos ter “receitas prontas” para a palavra de Deus, pois como já foi dito quando procuramos um “atalho” o Espírito de Deus se afasta de nós.
Nos últimos capítulos Chambers nos convida a sermos obreiros dedicados a resgatar almas. Vivermos uma vida com paixão pelas almas perdidas. Porém ele faz um alerta com relação a expressão “paixão pelas almas” pois ela pode se tornar uma ânsia doentia. Para isso ele cita o caso da passagem de Mateus 23.15 onde Jesus diz: “ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeias o mar e a terra pra fazer um prosélito (um novo convertido) e uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!”. Neste caso o Senhor está mostrando que os fariseus tinham um grande anseio de ganhar almas, mas que ele o considerava diabólico. Por isso os obreiros devem ter cuidado a fim de que seus métodos de evangelismo não se tornem diabólicos.
Por fim ser um obreiro aprovado por Deus e buscar a santificação devem ser os objetivos de todo obreiro.
O livro Obreiros de Deus é sem duvida uma obra de excelente qualidade e que trás para a vida do cristão dedicado a fazer a obra de Deus, a fazer missões ou mesmo trabalhar como líder nas igrejas, conselhos magníficos sendo todos eles, pautada única exclusivamente na palavra de Deus, que deve ser a única regra de fé e conduta para a vida do cristão.
O autor do livro viveu no inicio do século XX, foi missionário no Egito e dedicou quase que 20 anos no ministério da Palavra. É autor de vários outros livros entre eles Tudo para Ele, também publicado pela Editora Betânia.

Jéferson Marques, aluno do curso de Bacharelado em teologia do Centro de Educação Teológica
 

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